quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

eu vi o homem na tv esconder dinheiro no paletó.
dinheiro das "burras" do estado.
na cueca, dinheiro farto.
na meia, a sair pelo "ladrão", dinheiro muito.
e não era pouco o dinheiro não, meu senhor!!
tudo gravado, escancarado, aberto, cínico, escandaloso.
o homem na tv tinha todo o dinheiro do mundo
em seu poder.
dinheiro da escola
dinheiro da merenda
dinheiro da segurança
dinheiro da saúde
dinheiro de todos nós pululando, rindo da gente como um galhofas.
esse homen da tv não tem escrúpulos.
foi pego de "calças curtas" com as mãos fartas da grana do erário.
um numerário imoral escondido tambem por entre as calças.
cuidadosamente aquiecido nas partes pudendas e mal cheirosas.
esse homem da tv tambem tinha amigos, que como ele
tambem abocanhava o dinheiro da promessa politiqueira.
essas imagens me marcaram para sempre!!!
acho que vou deixar de ver tv!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

INACABADO

Inacabado sonho,
que me esconde atrás da noite,
guia meus olhos por estas nuvens brancas
que eu juro não acordar pra esquecer de ti.
inacabado sonho,
não me tenha por inteiro
mas me deixe uma gota
desta sua ilusão passageira e voraz.
deita-me que te espero
sem ver teu rosto,
abraça-me por encanto,
ama-me sem pesadelos.
inacabado, és tu, quimera infinita,
passado que me traga e me compõe a alma,
imagens súbtas do que eu não quiz
e efemêrides que eu tanto desejei.
inacabado e ávido por mim, és tu, meu sonho.
casa que me acolheu e me transformou
em príncipe,
em pássaro,
em gigante,
em criança,
em tempestade,
em moinhos-de-vento,
em tudo
e em nada.
inacabado sonho,
persevera em mim a tua docilidade
com o meu encanto,
a tua dureza
com o meu desalento.
e sejamos felizes,
um com o outro,
a desejar-se,então, pela natureza do sonhar.
eu a dormir... e dormir
enquanto me levas por onde eu nunca pude estar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

para ana karina

há uma linha tênue entre nós dois.
uma linha de afeto em preto e branco.
um passado de alegrias extremas
e tropeços impagáveis,
numa viagem que terá sido
nosso dôce-amargo aprendizado.
contudo,a linha tênue que nos separa,
nos aproxima,
sobretudo, permite-nos
o esticar das mãos
e o perdão sem preço.
entre nós há um tempo
numa corredeira que nos carrega
para um longe de não chegar.
um longe de estar sempre perto.
um longe de saber que o outro existe
e quão são longas as nossas desventuras
a sós.
se houver o dia do nosso abraço
que ele venha com alma e compaixão.
se houver em nós a certeza do mesmo amanhecer
que ele não tarde em nos procurar.