quinta-feira, 19 de novembro de 2009

MEDO

o medo foi me conhecendo e me assaltou por tantas noites.


eu fugia pra debaixo da cama e até sentia calafrios no meio da madrugada sem razão alguma.

era um medo insólito e tosco, tétrico e sintomático.

eu não tinha a ranhura da coragem nem a concepção perfeita das minhas imaginações.

pensei que os meus medos me matariam mais cedo ou mais tarde

ou que me debilitassem para sempre, mas passou como tudo que passa na vida.

rompi com meus medos e os dilacerei com certo gosto de vitória, de quem venceu

o mais feroz dos bichos.

o medo é uma cela, um pranto escondido, uma falta de olhar para a própria alma,

uma neglicencia com a verdade dos enfrentamentos.

o medo é uma odisséia espetacular que nos assombra mas não retem a nossa capacidade

de transformação e garra diante de obstáculos venenosos e duros.

enfrente os seus medos acreditando em si mesma e na sua real capacidade de vencer

a mais dura caminhada na escuridão.

verás que ao longe a luz te espera, ainda que não se desvie de suas convicções

nem lhe falte a esperança e o amor.